Enfim, chegou o momento de compartilhar uma das visitas mais legais que fizemos pela Serra Catarinense. A escolha de São Joaquim não foi por acaso. Além de ir atrás de sucos e maçãs, nosso interesse também era por vinhos. É lá que fica uma das vinícolas mais famosas da região: a Villa Francioni. Com agendamento online ou na hora, você pode visitar o lugar na companhia de um guia, conhecer um pouco mais da história e ainda degustar bons vinhos no final do passeio. Uma boa pedida para o frio, não é mesmo?

Saímos de Bom Jardim da Serra em direção a São Joaquim no horário do almoço, por volta das 12h. O dia estava lindo. Céu azul, sol e muito frio. Um convite para uma boa taça de vinho. Assim que colocamos o pé na estrada, fizemos uma parada no primeiro ponto do nosso roteiro de viagem, na Cascata da Barrinha, que eu já contei aqui para vocês.
O tempo estava a nosso favor. Até São Joaquim era de mais ou menos 1h e, pelo que eu consultei no site da vinícola, a próxima visita do dia começaria às 14h. Então conseguimos aproveitar bem o tempo na cascata e ainda conhecer a cidade antes do passeio. Ah! No próprio site da Villa Francioni, você encontra os horários abertos para visitação e os respectivos valores.
A entrada da vinícola Villa Francioni fica na SC-438, que liga São Joaquim a Lages. É preciso passar por um trecho de estrada de chão batido até chegar nas instalações. Chegamos 15 minutos antes do tour começar. A entrada naquele dia custou R$30 por pessoa para uma visita de 45 minutos pelos 5 andares da vinícola, com direito à degustação no final. A guia nos encontrou no hall de entrada ao lado do Wine Bar, um restaurante com uma vista espetacular para as videiras e as araucárias que também funciona como uma loja, expondo toda a carta de vinhos e espumantes da própria vinícola.
Um dos pontos mais interessantes da visita é a coleção de peças de arte, vindas de diferentes partes do mundo e coordenadas nas portas, lustres e janelas. No próprio hall de entrada, as duas grandes portas que recebem os visitantes vieram de lugares distantes: uma da Tailândia e outra de um cassino do Uruguai. Isso por si só já torna o passeio interessante. E enquanto caminhamos por um corredor com vitrais, vista panorâmica para as videiras e quadros mostrando a construção da vinícola, a guia vai contando um pouco da história de seu fundador, Dilor Freitas, e sua paixão por vinhos e arte.
Depois de respirar tanta arte, a guia nos conduziu para um pequeno auditório. Esta foi a única parte da visita que não gostei tanto, porque assistimos um vídeo relativamente longo, contando mais sobre a vinícola e seus vinhos, mas sem qualquer narração. Apenas com uma música de fundo e alguns textos sob as fotos. No final, aí sim. Persianas automáticas começaram a se abrir, revelando os grandes tanques que armazenam os vinhos para o processo de fermentação das uvas.
Outra descoberta interessante é quando a guia revela como funciona o processo de vinificação. Todo o projeto de arquitetura foi pensado para melhor aproveitamento na produção dos vinhos, seguindo o fluxo gravitacional através de desníveis que levam o vinho para os tanques de forma natural até chegar na cave, onde ficam as barricas de carvalho francês. Lá, os vinhos permanecem por meses ou até anos antes de serem engarrafados.
A impressão que dá é que toda a estrutura foi construída como uma escada, sabe? Para evitar ao máximo o contato humano, preservando, assim, a qualidade da bebida. Além dos grandes tanques e dos barris, a vinícola também tem uma máquina com capacidade para engarrafar cerca de 2 mil garrafas por hora. E a capacidade de produção estimada é de 300 mil garrafas por ano. Haja vinho, hein?
De lá, retornamos ao Wine Bar para degustar espumantes e vinhos, além de levar algumas garrafas para casa. Fiquei encantada com um rosé. A garrafa lembra um frasco de perfume francês. E também fiquei impressionada com a visita, mas senti falta de caminhar pelos vinhedos e até de passar pela experiência de pisar em uvas. Foi a minha primeira visita a uma vinícola, então talvez cada uma ofereça um roteiro, não é mesmo?
Ah! Lembrei de algo que a guia falou e que eu achei bem interessante. Os vinhedos estavam cobertos por uma tela branca para proteger da chuva e do granizo, comuns na região, mas, além disso ela falou sobre as roseiras que são plantadas na frente de cada parreira. As rosas não estão lá apenas para embelezar os vinhedos, mas também para prevenir pragas.

Geralmente, as rosas estão mais suscetíveis a contrair doenças e, por isso, funcionam como um bom indicador de pragas nas uvas. Assim, os vinicultores conseguem identificar o perigo com antecedência e prevenir que as pragas se espalhem pelas plantações de uvas. Legal, né? 🙂