As baixas temperaturas levaram muita gente para a Serra Catarinense, principalmente no fim de semana dos dias 19 e 20 de maio, com expectativa de neve em algumas cidades. Embora eu goste de frio, eu não fui para lá com a mesma intenção. O que eu queria mesmo era uma viagem tranquila para aproveitar um dos poucos finais de semana de folga que tenho com meu noivo. Essa foi, inclusive a primeira folga que tivemos juntos em 2018. E o que a gente faz quando tem tempo livre? Viaja, claro! 🙂

No primeiro dia do nosso roteiro de viagem, subimos a Serra do Rio do Rastro e exploramos todas as belezas naturais do Cânion da Ronda. A gente também queria conhecer os outros dois cânions famosos que ficam por ali: o das Laranjeiras e o do Funil. Conversamos com um guia que ficava no hotel em que nos hospedamos. Ele faz o passeio pelo primeiro cânion, com duração de uma manhã no valor de R$120 por pessoa. Para ir ao outro cânion, teríamos que entrar em contato com outro guia para agendar. Ele tinha um carro específico para chegar lá, com tração nas quatro rodas. Além do preço, nosso tempo era curto. Por isso, visitamos apenas o Cânion da Ronda, que não dependia de ninguém além de nós mesmos.
No segundo dia, escolhemos colocar o pé na estrada para conhecer algumas das mais famosas cidades da Serra Catarinense. Nosso passeio começa por Bom Jardim da Serra, onde nos hospedamos, passa por São Joaquim e termina com uma rápida parada em Urubici.
Bom Jardim da Serra
A pacata e tranquila cidade de Bom Jardim da Serra foi a nossa base para dar início ao roteiro de viagem pela Serra Catarinense. A primeira visita foi pouco antes de passar pelo pórtico que dá as boas vindas aos viajantes que ali chegam. Com acesso por uma escadaria de pedra às margens da Rodovia SC-390, você encontra a Cascata da Barrinha, um dos inúmeros atrativos naturais que rendeu à cidade o título de “capital das águas”.
A entrada é gratuita. Antes de descer, é possível deixar o carro em um estacionamento bem próximo ao pórtico, também sem cobrança. O rio que forma a cascata se origina a partir de um afluente do Rio Pelotas. A água que passa por ali é limpa e cristalina e atrai a atenção dos viajantes. Tinha muita gente por lá, aproveitando o céu azul e sem qualquer sinal de chuva para fazer fotos e apreciar o visual.
Pela escadaria, não é possível chegar até a parte superior da Cascata da Barrinha. O acesso é por trás de uma churrascaria que fica bem na frente da queda d´água. A área tem muito espaço verde para quem quiser parar e fazer um piquenique. Nós ficamos só na parte mais próxima do nível da água, porque ainda tínhamos muita estrada pela frente.
Depois de passar pelo pórtico, demos uma volta de carro pelo centrinho de Bom Jardim da Serra, passando pela igreja. E o termômetro marcava 8ºC naquele momento. O último Censo divulgado pelo IBGE em 2010 apontava menos de 5 mil habitantes. De lá, seguimos para São Joaquim.
São Joaquim
A viagem até São Joaquim durou cerca de 1h, seguindo pela SC-390 até chegar na SC-110. O caminho que liga as duas cidades estava em boas condições, sem buracos e tudo asfaltado. Foi uma viagem bem tranquila. Logo avistamos o pórtico de boas vindas à “terra das maçãs”. Além das duas torres, havia um boneco de neve e também uma maçã em miniatura, dois símbolos do município. Quando as temperaturas baixam na Serra Catarinense, São Joaquim, Urupema e Urubici lideram o ranking dos termômetros.
Com uma população estimada em mais de 26 mil habitantes (IBGE/2016), São Joaquim é um dos destinos preferidos em época de frio. Além das temperaturas baixas, recomendo uma visita à cidade para comprar duas iguarias: maçãs e vinhos. Aliás, conhecemos uma das vinícolas mais famosas por lá, com direito à degustação. Vou contar para vocês como foi em outro post. 🙂
Voltando à cidade, passeamos pelo centrinho, na praça João Ribeiro, onde fica a igreja matriz, que chama a atenção pela arquitetura em pedra basalto. A parte externa conta com algumas esculturas. Depois de dar uma volta por ali, tentamos ir ao Parque Nacional da Maçã, mas o lugar estava fechado para reformas.
Então seguimos até a Sanjo, uma das cooperativas locais para comprar sucos e maçãs da região. Segundo dados da prefeitura de São Joaquim, são produzidas cerca de 34 mil toneladas de maçãs a cada safra. É maçã demais, hein? Recomendo muito uma visita. Os preços são bons e os produtos produtos também. Eu sempre gostei mais da maçã argentina, mas fiquei encantada com a Fuji da Sanjo. Na entrada da loja, que fica na sede da cooperativa, tem uma ponte em estilo japonês e um pequeno lago com carpas. Imagina se não gostei! 😉
Urubici

Em outro momento, em um post mais específico, vou contar como foi minha primeira experiência em uma das vinícolas mais famosas da região, mas, por ora, vamos retormar nosso roteiro de viagem e seguir em direção a Urubici. Em mais 1h de estrada pela SC-110, estávamos chegando a uma das cidades mais visitadas da Serra Catarinense.
Assim como Bom Jardim da Serra e São Joaquim, Urubici também é relativamente pequena, com pouco mais de 10 mil habitantes (IBGE/2006). Um dos maiores atrativos por lá é o caminho até o Morro da Igreja e a vista da famosa Pedra Furada. Vocês não fazem ideia do quanto eu queria conhecer. Acho que todo mundo que vai para lá já vai pensando nisso. Só que conversando com o guia de Bom Jardim da Serra e consultando o site do ICMBio, que é o instituto responsável pela área e pelas visitações, vimos que a estrada estaria fechada para obras. Então, não conseguimos conhecer ainda, mas este dia chegará. 🙂
E por falar em chegar, antes de chegar em Urubici, passamos por um mirante que mostra a cidade de cima. A vista é incrivelmente linda! É de tirar o fôlego. E de longe conseguimos ver a igreja, toda imponente lá embaixo. Não é à toa que ela é considerada uma das maiores igrejas de Santa Catarina. E se dava para ver de cima e de tão longe, imagina de perto. A arquitetura em estilo gótico impressiona, além dos detalhes em colorido que dão um ar quase artístico. Por dentro, também é diferente do convencional, com três pontas e uma altura impressionante.
Para um dia de viagem, conseguimos conhecer três cidades da Serra Catarinense, passando pela região central de cada uma delas e com um tempo um pouco maior em São Joaquim para aproveitar a vinícola. Foi nossa primeira vez na serra. Eu já conhecia Gramado, Canela e Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, além da região famosa pela produção de vinhos (Bento Gonçalves e Garibaldi). Uma hora ainda conto sobre essas visitas, mas o que eu mais notei é que diferente da serra gaúcha que conta com cidades bem preparadas para o turismo, a serra catarinense atrai mais pelas belezas naturais do que pelas cidades em si. Das três que conhecemos, São Joaquim é a que parece melhor preparada para receber turistas em termos de estrutura e comércio.
Então minha recomendação é para quem gosta de estar perto da natureza e procura um lugar para descansar da correria do dia a dia. A Serra Catarinense é um prato cheio, principalmente em época de frio. Mesmo assim, não deixe de conhecer o centrinho das cidades como complemento da viagem.