E subir a Serra do Rio do Rastro foi só o início da aventura. Depois de tantas paisagens de tirar o fôlego, quem disse que tinha acabado? As 284 curvas passaram, mas o que nos esperava além delas era ainda mais bonito, ou tão bonito quanto, difícil dizer. A região é famosa por abrigar cânions, entre outras belezas naturais. Para aproveitar o tempo bom que nos acompanhou durante a viagem, escolhemos o Cânion da Ronda como a primeira parada depois de vencer os 1.421 metros da Serra do Rio do Rastro. Vem comigo!

Embora a maioria dos reviews que você encontra por aí diga que os passeios pelos cânions da Serra Catarinense precisam de guias ou carros, não é bem assim. Pelo menos no Cânion da Ronda, entre o mirante da Serra do Rio do Rastro e a cidade Bom Jardim da Serra tudo vai depender de você. Dá para ir a pé ou de carro.
Nós fomos de carro (não tinha tração nas quatro rodas, seria o ideal, mas não é essencial) por uma estrada de pedras até chegar em uma guarita com uma cancela. Lá pedimos informações sobre a visita. A entrada para conhecer o Cânion da Ronda (1.457 metros acima do nível do mar) e o Parque Eólico, que fica ao lado, é R$10 por pessoa, aí estacionamos o carro e seguimos primeiro por uma escada de madeira até um campo aberto.
Na entrada, há alguns cavalos para quem quiser fazer um passeio pelo cânion. Eu sou apaixonada por cavalos e não acho justo vê-los nos carregando para lá e para cá. Gosto de vê-los livres por aí. Então não fiz. Preparei a câmera e segui pelo campo aberto. De lá é possível ver os grandes cataventos de longe e do alto. Uma vista linda!
Indo na direção oposta nos aproximamos da borda do cânion. É uma pequena caminhada em campo aberto, que já rende muitas fotos até chegar em uma pequena subida com pedras. Ali vimos um pouco de neblina, mas só aquela neblina que dá um charme extra ao lugar, sabe? Logo depois nos deparamos com os paredões do Cânion da Ronda. A vista é indescritível, nem as imagens conseguem mostrar o que os olhos veem ao chegar lá, cara a cara com toda aquela imponência. É um conjunto de montanhas de um lado, com picos exuberantes.





Do outro lado, um morro distante com uma casa que lembra uma fazenda. No meio, um grande vale que dá uma sensação de liberdade incrível quando você se aproxima dele. E o mais legal em todo esse cenário, que parece uma pintura de alguma obra de arte ou uma paisagem que saiu diretamente de um filme, é o silêncio ao redor. É um silêncio tão grande. Não tem um som sequer por ali. Nem do vento, nem de pássaros, nada. Absolutamente nada. É apenas você e toda a imensidão da natureza em volta.
E esse silêncio transforma toda a paisagem em um lugar tão indescritível, um lugar quase mágico, um lugar à parte no mundo. Nessas horas, a gente percebe o poder que a natureza tem, não é? Como pode algo tão lindo estar aqui entre nós? Por isso, viajar faz tão bem. Viajar nos leva a lugares inimagináveis.
Além do visual impressionante, o tempo bom nos acompanhava pela viagem até que de longe avistamos uma “cortina” no céu, indicando que a chuva estava indo para o nosso lado. Acredita nisso? E a vontade de ir embora? Com chuva ou sol, não tinha. Minha vontade era de ficar o máximo de tempo possível por lá para gravar cada pedacinho daquela paisagem na minha cabeça, além das fotos que trouxe comigo.
Fiz vários cliques para tentar mostrar aqui o que nos esperava. E não demorou muito até que os primeiros pingos de chuva começassem a cair. Enrolei a câmera e a lente extra que eu sempre levo comigo em viagens na minha roupa e saí correndo em campo aberto, em direção à escada de madeira. Só que a vontade de registrar aquilo ali era mais forte, então eu me arriscava entre um pingo e outro a fazer mais alguns registros.
Cheguei no carro com a câmera molhada, mas feliz por ter tido tempo de ver toda aquela beleza enquanto ainda não chovia. Queria muito ter ficado mais para curtir cada minutinho no meio daquele paraíso na Serra Catarinense.

Com a chuva cada vez mais forte, dirigimos até o lado do Parque Eólico, onde ficam aqueles cataventos gigantes que geram energia a partir do vento. Ao todo, são 62 torres com 140m de altura cada.
Na foto acima, a chuva ainda não estava tão forte, mas quando nos aproximamos do primeiro conjunto de torres e estacionamos o carro novamente para descer os pingos se intensificaram. E ficou tão intenso, que não conseguíamos enxergar mais nada pelos vidros do carro. O jeito foi dar meia volta e esperar o tempo melhorar. Ao sair, a gente sabia que não poderia mais voltar, mas deu para ter um gostinho.
De lá, voltamos para o mirante da Serra do Rio do Rastro para tomar um café no Mensageiro da Montanha e esperar a chuva passar. Nos próximos posts, eu conto mais sobre o lugar e também sobre o hotel que escolhemos para passar o fim de semana e curtir o frio na Serra Catarinense.