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A bordo do trem que liga Curitiba a Morretes

Gente! Parece que eu me empolguei com Curitiba, né? É que foram quatro dias intensos por lá e eu queria compartilhar tudo por aqui, com um roteiro de viagem que explorou os principais pontos turísticos da cidade a pé e de ônibus. O último dia foi ainda mais especial, foi como voltar no tempo através de um dos passeios mais tradicionais na capital paranaense – uma viagem de trem até Morretes, passando por um conglomerado de belíssimas paisagens pela Serra do Mar. Vamos lá?

27_Viagem de trem Curitiba a Morretes, Paraná (Natália Cagnani)

Além de inúmeras opções de espaços verdes, que contrastam com o cenário urbano de uma cidade grande como a capital do Paraná, um passeio chama a atenção de quem quer trocar a paisagem de prédios, ruas movimentadas e fluxo intenso de pessoas pelo contato mais próximo com a natureza, vegetação a perder de vista e algumas ruínas e até cachoeiras pelo caminho. Isso e muito mais é parte do trajeto de trem que liga Curitiba a Morretes.

O embarque é na Rodoferroviária, ao lado do lugar que você desembarca se chegar a Curitiba de ônibus. É lá também que compramos os bilhetes para o passeio um dia antes de subirmos a bordo do trem. É Bom ficar de olho, já que dependendo da época um lugar vago (ou dois ou mais) pode ser bem difícil de ser encontrado. O passeio de trem até Morretes, operado pela Serra Verde Express, é disputado e não é à toa. Toda a paisagem pelo caminho é digna de uma foto ou de um suspiro, talvez até os dois.

Ruínas de estações abandonadas, cachoeiras, montanhas, os próprios trilhos sob pontes altíssimas (como o famoso Viaduto São João, todo em metal), túneis, o famoso Morro do Cadeado e todo o esplendor da Mata Atlântica entram no roteiro de viagem. Dentro do vagão, uma guia conta a história da ferrovia, da região, entre outras curiosidades. Durante o percurso, temos também um lanchinho a bordo, que está incluso na compra dos bilhetes. A cena que mais se repetia é de quem não conseguia ficar sem tirar fotos, como eu. Os dois lados do trem ofereciam paisagens incríveis e restava a nós fotógrafos, amadores ou não, capturar cliques de todas as janelas.

26_Viagem de trem Curitiba a Morretes, Paraná (Natália Cagnani)

O passeio, normalmente, pode durar de 3h a 4h, só ida, dependendo do movimento dos trens de carga. Há várias formas, nós optamos por viajar nos vagões turísticos, com direito a serviço de bordo básico (água ou refri e biscoitinhos). Ida de trem e volta de ônibus, para mudar o caminho, conhecer outra rota (mais rápida, cerca de 1h30min) e passar pela Estrada da Graciosa, uma via de paralelepípedos muito bonitinha e também considerada uma atração turística à parte. Se não me engano, o valor deste pacote na época (2015) era de R$235 e a estação de Paranaguá estava desativada.

O nosso passeio foi um pouco diferente, porque acabamos saindo um pouco do roteiro. Quando nos aproximamos de uma enorme represa, a guia anunciou que teríamos que esperar a passagem de outro trem, um trem de carga que vinha na direção contrária. Por sorte, nossa parada foi em um dos lugares mais bonitos, um paraíso escondido no meio da Mata Atlântica. As imagens falam por si só.

Em um primeiro momento, a guia não autorizou ninguém a descer para tirar fotos da represa mais de perto. Acho que é porque a parada seria rápida, mas não foi. E logo depois fomos liberados a explorar o lugar. Imagina a nossa alegria! Sem explicação. O mais legal é que realmente tivemos sorte de poder descer, porque o nosso vagão era o mais próximo dali. Nem todos tiveram a mesma sorte.

15_Viagem de trem Curitiba a Morretes, Paraná (Natália Cagnani)

Descemos em uma multidão de turistas. Todos com as câmeras nas mãos, olhos para todos os lados e cliques instantâneos. Cada imagem merecia um registro, afinal a represa não fazia parte das paradas oficiais do trajeto. Acho que ficamos na represa por entre 10 e 20 minutos. Foi pouco tempo, mas foi muito bom. Não só pela paisagem, mas também pelo alívio do calor. O dia está muito, muito quente. Pela fama de frio de Curitiba, não levamos roupas de verão, principalmente no dia do passeio. Para vocês terem ideia, eu estava de bota. ;P

Foi um colírio para os olhos e um alívio para o calor dentro dos vagões. Depois de apreciar uma paisagem exclusiva, voltamos para esperar a passagem do outro trem. Acho que ficamos parados por 2h, talvez mais ou menos, não me lembro ao certo. Só sei que demorou tempo demais. Tanto que chegamos em Morretes no final do dia, bem depois do horário programado. E já estava perto do horário do ônibus que nos levaria de volta a Curitiba.

Com pouco tempo, andamos rapidamente pelo centrinho da cidade e em seguida já corremos em direção à rodoviária para pegar o ônibus de volta. Se a gente escolhesse passar mais tempo por lá, perderíamos o ônibus. Dizem que uma das maiores atrações de Morretes é provar o Barreado, prato típico da região, mas como é um prato com carne (e eu sou vegetariana ^.^v), talvez a gente não tenha perdido tanta coisa assim. Fica para uma próxima aventura, quem sabe.

11_Viagem de trem Curitiba a Morretes, Paraná (Natália Cagnani)

O bate e volta de trem até Morretes é muito bonito, é inclusive considerado um dos passeios mais bonitos do mundo pela imprensa internacional e também um dos mais procurados pelos turistas. É uma pena que o dia tenha sido cansativo com a longa parada fora da rota, deixando pouco tempo para explorar Morretes. Foi quase um ‘oi’ e ‘tchau’ ao mesmo tempo. Se você ainda não conhece ou nunca andou de trem, acho que vale embarcar. Torça para que os trens de carga não cruzem o seu caminho e aproveite a paisagem!

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