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Bombinhas: um recanto da natureza para descansar

Quando o cansaço é grande, o que a gente faz? Descansa, né? Só que não é qualquer descanso, uma inspiração a mais sempre faz bem. Não é só ficar em casa sem fazer nada. Não que isso não seja bom, mas se puder ser ainda melhor e incluir uma viagem, por que não? O ambiente e toda a energia ao redor influenciam, e muito, neste momento de pausa para recarregar as energias. E foi assim que eu escolhi Bombinhas, no litoral de Santa Catarina, como um breve roteiro de viagem e como destino para um fim de semana de muito descanso, paz e uma vista para o mar.

08_Viagem a Bombinhas, Santa Catarina (Natália Cagnani)

Bombinhas pode ser sinônimo de praia cheia e trânsito sem fim. Isso realmente acontece durante a alta temporada, já que a cidade é um dos destinos mais procurados no sul do Brasil durante o verão, principalmente pelas águas cristalinas que se tornam o lugar ideal para mergulhos e o contato com a natureza. E afinal todo mundo quer garantir o seu lugar ao sol na praia. Eu, inclusive, embora eu goste muito mais do clima frio (com neve, se possível), um chocolate quente e um cobertor. 🙂

Só que fora da época de temporada, a cidade que fica no litoral catarinense, a 70km de Florianópolis, é um paraíso para quem procura um pouco de sossego. Sem trânsito, sem filas, sem praias lotadas, sem agitação. Faça chuva ou faça sol, é nesta época que eu gosto de aproveitar a areia da praia e a água do mar para relaxar. Quando comecei a pensar em lugares próximos da capital catarinense para um fim de semana de descanso, pesquisei as cidades mais badaladas no litoral – Guarda do Embaú, Garopaba, Bombinhas, Porto Belo, Itapema e Balneário Camboriú.

Mas eu não queria badalação, eu só queria um lugar para renovar as energias. Sem um destino certo, comecei a sondar hospedagens por estas praias até me deparar com um lugar no meio do verde, com vista para o mar. O que mais chamou minha atenção, além da proximidade com a natureza, foi o estilo da casa com paredes de vidro na maior parte dos cômodos, proporcionando uma vista quase 360º das praias de Bombas e Bombinhas. De um lado, a imensidão do mar. Do outro, árvores, pássaros e o som da natureza ao redor.

Fiquei encantada com as fotos e com os reviews no AirBnb. Gostei também da localização. No alto, por isso a incrível vista, em um lugar cercado por árvores e não muito longe do centrinho. Dava para ir a pé, se precisasse. E foi a partir daí que escolhi Bombinhas como destino desse retiro de dois dias e meio, no final de maio.

 

Para chegar lá, eu e meu noivo alugamos um carro. A gente queria a praticidade de ir e voltar sem horário, sabe? Tudo que importava era ter um lugar tranquilo para descansar. A viagem durou cerca de 1h30min. Antes de pegar a estrada, passamos no mercado para comprar algumas coisas. Em baixa temporada, poucos comércios abrem, então é bom se preparar. E se o objetivo era relaxar, nada de preocupações extras, não é? Pegamos a BR-101 até o trevo de Porto Belo para acessar a SC-412. Ah! Para quem vai na mesma direção, sentido sul-norte, tem um pedágio no meio do caminho, antes de entrar no trevo.

Bombinhas é um dos destinos mais procurados no sul do Brasil, principalmente para quem gosta de mergulhar. As praias são famosas pelas águas transparentes e os peixinhos coloridos, pelas águas calmas que fazem a alegria das famílias e pelas praias com ondas para quem gosta de surf, pelas áreas preservadas com mata nativa e muitas opções de trilhas.

Ao chegar neste refúgio em uma sexta-feira, logo depois do almoço, a primeira praia que avistamos foi Bombas, com 2km de extensão, águas calmas e pouco movimento, ao menos na época que escolhemos ir. A estrutura na volta é muito boa, com supermercados, restaurantes, farmácias e várias opções de hospedagem. Em seguida, já é a Praia de Bombinhas, também conhecida como a Praia Central, com 1,2km de extensão. Uma curiosidade! Dizem que o contato dos pés com a areia fina de quartzo branco faz um barulho. E foi daí que saiu o nome da cidade.

Seguindo mais um pouco adiante, quase chegando no lugar que escolhemos, mais três praias menores: Prainha, Embrulho e Lagoinha. Como as águas são cristalinas e cheias de peixinhos coloridos, a região conta com escolas de mergulho e aluguel de equipamentos para a prática do esporte. Perto dali, tem a Praia da Sepultura, que não cheguei a conhecer, pois o acesso é por trilha. Foram só dois dias na cidade e o segundo foi marcado foi marcado pela chuva. E põe chuva nisso! Vou contar a experiência adiante.

Pelo menos o primeiro dia em Bombinhas foi de céu azul, muito sol e uma caminhada pelo centrinho da cidade e pelas praias de Bombas e Bombinhas. O mais legal é que dá para ir andando de uma ponta a outra. A casa onde nos hospedamos é simples, pequenininha e aconchegante, mas é tão linda que não dava vontade de sair. Era uma atração à parte do fim de semana.

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Na sexta à noite, uma chuva muito forte tomou conta. Foi tão forte que até a casa alagou um pouco. Isso porque estávamos no terceiro andar. E ventou muito também. Passamos parte da noite secando o chão. Como tudo que a gente queria era descansar e fugir um pouco da correria do dia a dia, a experiência não foi tão ruim assim. Fiquei impressionada com o efeito da chuva forte e com a força do vento balançando as árvores do lado de fora, do outro lado da parede de vidro. Parecia que tudo estava acontecendo dentro da casa.

A noite turbulenta passou, mas a chuva ficou. No roteiro de viagem, a ideia era fazer a famosa trilha do Morro dos Macacos, que leva a uma vista panorâmica das praias de Bombinhas. Com a chuva constante e os sinais de pouca melhora no tempo, pegamos o carro e aproveitamos para fazer um pequeno tour pelas principais praias da cidade. A primeira parada foi a Praia de Quatro Ilhas. Vimos de longe, na verdade, de um pequeno mirante que encontramos no meio do passeio. O nome vem das quatro ilhas que podem ser vistas dali: Arvoredo, Deserta, Galés e Macuco. É um pequeno recanto protegido, com vegetação preservada nas dunas.

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A primeira parada oficial mesmo foi na Praia do Mariscal, com faixa de areia larga para fazer aquela caminhada e boas ondas para o surf. Ela tem um estilo meio rústico, meio misterioso, não sei se por influência do dia nublado e chuvoso. As pequenas dunas ao redor dividem espaço com um pouco de vegetação nativa e decks de madeira. A praia estava vazia. Por que será? Só eu estava lá com a minha câmera, tentando fugir da chuva e fazer algumas imagens legais.

Passando Mariscal, chegamos em Canto Grande, uma pequena vila conhecida como ‘último reduto’. O nome vem da paz e da tranquilidade que você encontra por lá. É um lugar mais residencial, onde moram pescadores e maricultores, com pouca infraestrutura na volta.

Ah! Canto Grande é dividida em duas partes: mar de fora e mar de dentro. A Praia de Canto Grande de Fora fica do lado leste de Bombinhas, tem uma extensão de areia imensa e um mar com ondas leves, sem muita agitação. Do lado oeste, é a Praia de Canto Grande de Dentro, que vou falar em seguida, mas antes, seguindo o trajeto de carro, vem a Praia da Conceição. É separada do Canto Grande de Fora apenas por uma ilhota. É um pedacinho de praia com piscinas naturais, costões para mergulho e um ar de sossego em toda a volta.

Em direção à Praia de Canto Grande de Dentro, cogitamos ir até o Mirante Eco 360°, mesmo tendo desistido da trilha do Morro dos Macacos, para ter uma das melhores vistas de Bombinhas. Só que a chuva na noite anterior tinha sido tão forte e o dia não apresentava qualquer sinal de melhora, que achamos melhor deixar para uma próxima vez. Por isso também não fomos até a Praia da Tainha. Delimitamos uma rota que não fosse tão extensa, porque nossa meta era conhecer um pouco da cidade e aproveitar a maior parte do tempo para descansar.

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A Praia de Canto Grande de Dentro é simples, com pedras na volta e cheio de barquinhos de pescadores. Fomos bem na ponta dela, onde tinha um pequeno trapiche. A chuva deu um charme extra ao lugar, só não ajudou muito na hora de tirar fotos. Eu pegava a câmera correndo para não molhar. 🙂

De lá, passamos pela Praia de Zimbros. Foi uma passagem bem rápida por sinal. Primeiro porque não gostamos muito da vibe do lugar e também porque a chuva tinha apertado bastante no caminho. Só passamos de carro, nem deu vontade de descer para conhecer melhor. O mar é bem parado e a pequena faixa de areia é quase preta.

Depois de passar pelas principais praias de Bombinhas, escolhemos fazer o retorno por dentro, sem passar por praias, para mudar o caminho mesmo, até chegar em Bombas. Não sei se foi uma escolha acertada, o visual é bem diferente, com um ar meio rural.

A última praia que visitamos no tour improvisado por Bombinhas em um dia de muita chuva foi a Praia dos Ingleses, conhecida como Praia do Retiro dos Padres. O acesso é levemente complicado. A rua que leva até a praia é uma pequena descida, que vira uma disputa de espaço entre os carros que tentam subir ou descer. A pé também é difícil, não tem lugar para andar direito. A praia é pequena, com ondas, muita natureza ao redor, bancos e mesas para sentar à beira do mar em um dia de sol. Tem um restaurante, um camping e um retiro de padres.

Na despedida da cidade, paramos no Mirante de Bombinhas. Já que não deu para fazer a trilha até o Mirante Eco 360°, pelo menos tivemos um gostinho de ver Bombinhas de cima. Claro que a vista não se compara se você procurar fotos de quem já fez o passeio, mas ainda sim compensa. Afinal, cada ângulo é único e todos merecem um registro durante uma viagem.

Com o tempo curto, a chuva forte e o propósito de descansar, este breve roteiro de viagem é para quem busca sossego em um fim de semana, com menos foco em pontos turísticos. O planejamento foi meio que ali na hora, dentro do carro, com o Google Maps nas mãos. Eu adoro planejar, pensar em lugares para visitar, mas às vezes é bom viajar sem nada definido, deixando o destino te guiar, não é mesmo?

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