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Review: Kujira no Kora conquista pela beleza

Gente! Depois de passar dois meses compartilhando com vocês minha primeira viagem pela Europa, é hora de começar a falar de outros assuntos aqui no blog, como prometi ao criar este espaço. Vou retomar os posts com meu primeiro review de anime, com Kujira no Kora (Filhos da Baleia, em tradução livre), que entrou no catálogo da Netflix no final de março deste ano.

Cada um tem seus critérios na hora de escolher que anime assistir, não é? Os meus geralmente envolvem a história por trás e também os traços dos personagens, dos cenários. O que mais chamou minha atenção em Kujira no Kora foi a proposta diferente do que vimos por aí nos catálogos de animes, sem contar, claro, o visual esteticamente perfeito, com uma linda fotografia. É um colírio para os olhos! (Essa frase me lembrou um episódio do reality Terrace House: Opening New Doors, quem viu vai entender)

Antes de compartilhar minhas percepções mais a fundo sobre a animação, prometo que não dou spoilers, vamos à ficha técnica de Kujira no Kora.

Poster oficial do anime Kujira no Kora (Reprodução/Site Oficial)

Gênero: Drama, Fantasia, Mistério, Aventura
Estúdio: J.C.Staff
Baseado em: Mangá
Número de Episódios: 12
Estreia: 2017

O universo de Kujira no Kora se passa em um lugar chamado Baleia de Lama. É uma espécie de navio/cidade móvel, como uma ilha, que vaga por mares nada convencionais. No lugar da água salgada, o que predomina é a areia, mas alguns peixes aparecem por lá. E os habitantes são divididos em dois grupos: os Marcados (pessoas com tempo de vida limitado e com acesso a um tipo de magia conhecida como tímia) e os Não Marcados (pessoas normais, mas com vida mais longa e que, por isso, lideram a ilha). Ah! E eles não têm qualquer contato com o mundo exterior, pelo menos no início.

Vi os 12 episódios do anime de uma vez só, durante uma maratona em uma tarde quente de domingo. Às vezes, passo um tempão sem ver animes ou séries, mas quando resolvo começar, não demoro a terminar. Sou de maratonar mesmo! 🙂

A arte é realmente linda, de fazer os olhos brilharem. Lembra o efeito de giz de cera com pinceladas de aquarela, sabe? As cores predominantes contrastam com tons pastéis, até porque tudo na volta é areia, criando um ar muitas vezes melancólico. Eu lembrei um pouco do clima de Tsubasa: Reservoir Chronicle.

Kujira no Kora - Baleia de Lama (Reprodução/Site Oficial)

Se os olhos são conquistados pelos traços do anime, os ouvidos se deixam embalar facilmente pela bela trilha sonora. A música de abertura “Sono Saki E“, de Ririko, traz um tom mais animado, muito gostoso de ouvir, enquanto a melodia do encerramento “Hashitairo“, de Rionos, é mais calma e relaxante. (Enquanto escrevo, estou aqui cantando a abertura ^^)

O enredo cativa no início e prende a atenção conforme vamos descobrindo este novo universo com os personagens. Tem uma pitadinha de comédia em alguns momentos que eu dispensaria, porque a história nos leva por um caminho melancólico, de descobertas nem sempre tão boas, com as influências do mundo exterior. A curiosidade também é aguçada, porque você fica querendo saber o que vai acontecer, ainda mais quando descobre que parte da civilização teve seus sentimentos controlados, ou seja, não sente remorso ou tristeza.

A pergunta colocada em xeque como um dos temas centrais é: melhor sofrer com memórias dolorosas ou viver sem qualquer tipo de dor? E este mundo “sem sentimentos” leva a uma cena impactante logo no início que meio que choca, sabe? É de cortar o coração! Você respira fundo, tenta superar e começa a torcer pelo anime e por aquele que parece ser o único personagem principal, Chakuro. A sequência, no entanto, entra em um ciclo quase que monótono apesar dos acontecimentos externos. Outros personagens ganham o protagonismo que, para mim, ficou por conta de Ouni e da Lykos. Claro que o Chakuro não fica de fora, assim como Suou, mas parece ter perdido um pouco a força ou foi apenas a minha percepção. Se quiser conferir o trailer, clique aqui.

 

As expectativas também crescem a cada episódio em meio a um clima de suspense no ar e a inserção de novos personagens no caminho, mas o final fica em aberto. O último episódio, do início ao fim, parece preparar o terreno para eventos futuros. Ainda não se sabe se o anime vai continuar, embora todos os indícios apontem para uma sequência. Afinal, algumas perguntas ficaram sem respostas:

  • A Terra sempre foi composta por um mar de areia?
  • Como será e o que será que aconteceu?
  • Como e quando os humanos começaram a perder seus sentimentos?
  • Qual é a origem dos Nous?
  • Como os Marcados e os Não Marcados são “selecionados”?
  • E o surgimento das ilhas e do tímia foi algo natural, que sempre existia naquele mundo ou foi efeito de algum acontecimento ainda não revelado?

Gosta de belos traços, uma trilha sonora envolvente e tem a mente aberta para um anime bem diferente? Deixo Kujira no Kora como recomendação para você. O visual é bonito, aliás, é o que mais chama a atenção. Os personagens são interessantes e caminham por temas cotidianos como amizade, companheirismo, tristeza e sonhos. É quase que poético! O enredo desperta a curiosidade para saber como o mundo ficou daquele jeito. O elemento surpresa é quando a história toma um rumo diferente do que a gente imagina quando começa a assistir, seguindo por um caminho por vezes obscuros, contrastando com o clima pacifista criado pelos traços que lembram uma pintura.

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