Voltando ao roteiro por Venezia, comecei a visita pela famosa Ponte Rialto, em frente ao lugar onde me hospedei. O espaço na beira da ponte para fotos é disputado. Afinal, de lá também é possível ter uma visão ampla da cidade, com as gôndolas passando pela água e barcos com mercadorias, além do próprio Vaporetto, a todo vapor. Desci por um dos lados da ponte, em direção à Piazza San Marco. Entrei em uma ruelinha aqui, virei em outra ali e logo me deparei com o conjunto de monumentos que compõem a praça: a Basílica de San Marco, o Palazzo Ducale e a Torre dell’Orologio, que marca as horas e os signos do zodíaco.
Como eu só tinha guardado as malas, mas ainda estava com a mochila nas costas, não consegui entrar em nenhum desses lugares. Levar mochila era estritamente proibido. Então tirei algumas fotos do lado de fora e segui o passeio. Mais tarde, eu voltaria até lá para tentar visitar ao menos um dos monumentos por dentro. A poucos metros dali ficava a famosa Ponte dos Suspiros. A maioria das pessoas acha que o lugar é romântico só de ouvir o nome, mas poucos sabem que é para lá que os presos eram levados antes de serem executados. E que os suspiros eram deles!
Ao lado, outro ponto muito visitado. Riva degli Schiavoni é um calçadão com vários decks de madeira, com postes enfileirados. Seu charme fica por conta das gôndolas “ancoradas” por ali. Dá vontade de sair de gôndola pelo Grande Canal, sem hora para voltar. Eu bem que queria ao menos ter feito o passeio de 30 minutos que muitos turistas fazem. Deve ser inesquecível, mas o custo é alto: 80 euros. Se estiver no seu orçamento, não deixe de fazer.
Com as principais atrações praticamente visitadas e algumas horas de claridade, comecei a andar pelas ruelas de Venezia, sem rumo. Sempre que eu via uma ruazinha bonita ou diferente, entrava para explorar. Cheguei até a Ponte de L’Académie que leva à Academia de Belas Artes. Outra vista da cidade. Quando os primeiros sinais de que o dia viraria noite começaram a aparecer, voltei para o hotel para realizar o check-in e deixar minha mochila. Passei novamente pela Ponte Rialto e segui em direção à Basílica de San Marco mais uma vez, agora para entrar e explorar seu interior. O ingresso custa apenas 5 euros e dá direito também a uma visita ao terraço da igreja e a um pequeno museu. Vi o pôr do sol dali de cima. E como já estava escurecendo, este foi o único monumento que visitei por dentro.
Aproveitei a noite para me perder um pouco mais pelas ruas da cidade, já com aquele sentimento de saudade no peito, e também para fazer compras no supermercado. Queria coisas mais típicas da Itália. Descobri um doce chamado Cremino (muito gostoso!), uma geleia biológica de frutas vermelhas (tenho paixão por frutas vermelhas) e uma garrafa de Bellini. Li que esta bebida é de Venezia, é um mix de suco de pêssego com espumante. Queria muito provar! Por que não levar uma garrafa inteira para casa, né? 😉
A cidade conquistou meu coração e entrou para a minha lista de destinos que merecem outras visitas. Por mais que cada lugar leve a uma experiência diferente, estar em Venezia foi uma sensação única. Não sei se foi o Murano, que faz parte da minha infância, ou a beleza exótica da cidade ou a surpresa boa ao descobrir que ir sozinha pode ser tão bom quanto ir para um passeio romântico ou com a família. O que eu sei é que Venezia se tornou um dos meus lugares preferidos no mundo na minha ainda pequena bagagem de viagens. Arrivederci, Venezia!