Em Roma, eu chegava à metade do meu mochilão pela Europa. Depois de dois dias na capital do império era hora de pegar o trem para Firenze, meu próximo destino. Como a Itália era a viagem dos meus sonhos, reservei 6 dias para explorar o mapa da botinha, passando por algumas das principais cidades italianas, em um roteiro que me levasse do sul ao norte da Itália, já esboçando o caminho de volta até a Alemanha.
Por falar em rota, o trajeto de trem de Roma até Firenze foi o que menos consegui aproveitar o visual, porque a maior parte da paisagem se escondeu ao longo do caminho. O trem passou por muitos túneis e, na maioria das vezes, ficava escuro. Pelo menos, a viagem era relativamente curta, pouco mais de 1h30min. Por volta das 10h, eu já estava em Firenze.

Meu hotel ficava bem perto da estação de trem. Para chegar até lá, coloquei a mochila nas costas, peguei a mala e fui caminhando mesmo. O melhor de ir a pé é que você já vai conhecendo a cidade. Mais uma vez, consegui fazer o check-in antecipado, pois meu quarto já estava liberado. Isso foi bem legal na Europa em geral. Enquanto eu fazia meu MBA aqui no Brasil, tive que viajar com uma certa frequência para participar de conferências, fazer provas, e raramente consegui check-in antecipado.
Deixando isso de lado, meu hotel também ficava perto das margens do Rio Arno, onde comecei minha visita pela cidade. A primeira parada seria a famosa Ponte Vecchio, uma caminhada de mais ou menos 15 minutos.
Recomendo muito uma caminhada pelas margens do Rio Arno, principalmente para quem gosta de fotografia como eu. Além do rio, as fachadas das casas são muito bonitinhas, ainda mais na época de Natal com os enfeites e iluminação durante a noite, as gaivotas e pombas nas pontes pelo caminho até a Ponte Vecchio. Este foi um dos meus lugares preferidos de Firenze. Estava cheio de turistas quando cheguei, em sua maioria orientais, muitos coreanos tirando fotos em uma parte que tem uma estátua cercada por uma grade com cadeados.
De lá, caminhei mais ou menos uns 20 minutos até outro lugar que gostei e recomendo muito: Piazzale Michelangelo. Além da caminhada, tem uma longa escadaria rumo ao topo. Todo o esforço é recompensado com uma vista inesquecível e panorâmica da cidade. Parece um cartão postal! Isso que é causar uma boa primeira impressão.
Depois de passar toda a manhã ali, fiz o caminho de volta, atravessando pela Ponte Vecchio para conhecer o centro de Firenze, seus museus e o Duomo. Embora eu goste muito de museus, optei por uma visita mais superficial, conhecendo apenas por fora devido ao tempo. Meu objetivo era fazer uma viagem mais fotográfica e livre de compromissos ou horários, mas quero voltar para isso. Dessa vez, minha prioridade era passeios ao ar livre.
Conheci, por fora, o Museu Galileo, a famosa Galeria degli Uffizi, o Palazzo Vecchio e a Galeria della Academia. Fiz uma longa parada na Piazza del Duomo de Firenze para uma sessão de fotos da Basílica di Santa Maria del Fiore, do Campanário di Giotto e do Batptistério. O lugar parece surreal, parece que o complexo formado pela igreja, pelo campanário e pelo batistério saiu de um desenho. É bem legal ver ao vivo.
Não quis subir para ter outra perspectiva da cidade, mas não foi por falta de tempo. Antes de viajar, procurei vídeos na internet com visitas ao topo e achei melhor passar. A escada parecia mais estreita do que eu gostaria, sem janelas, mas só de ver todo o Duomo frente a frente já valeu a pena. Aos corajosos, a vista lá de cima deve valer muito a pena. É sempre bom ver o mesmo lugar sob várias perspectivas.
O Duomo fica bem perto da estação de trem também. Aliás, quando você sai da estação já consegue vê-lo de longe, a cúpula. Depois de um dia repleto de atrações, eu comecei a fazer o caminho de volta para o hotel, aproveitando para andar um pouco mais pela cidade antes de encerrar o roteiro do primeiro dia em Firenze. No dia seguinte, seria a vez de Pisa.