Novo dia. Um dia inteiro dessa vez e toda Amsterdam para explorar. Os flocos de neve deram lugar a um tímido sol, que ensaiava aparecer por entre as nuvens. Da vista das janelas do meu quarto, aqueles janelões típicos da arquitetura holandesa, dava para ver um dos canais da cidade, com casas-barco, bicicletas e um pequeno caminhão tirando o excesso de neve do dia anterior das ruas. Uma vista linda para começar o dia.

Programei o despertador para tocar às 6h, no máximo às 7h da manhã, dependendo da cidade e dos horários dos trens. Afinal, férias na Europa pela primeira vez. Eu não tinha tempo a perder. O primeiro amanhecer do roteiro de 13 dias pelo velho continente foi em Amsterdam, na Holanda, um dia depois de uma forte e rara nevasca por lá. Apesar do caminhão retirando o gelo das ruas e do sol derretendo as camadas mais grossas de neve, a paisagem coberta pelo branco ainda estava lá.
Coloquei várias camadas de roupas, peguei minha câmera e saí para conhecer a parte mais turística da cidade. Entre uma parada e outra para fotos durante minha caminhada pelo bairro Jordaan e seus lindos canais, avistei uma pequena loja com uma placa, que indicava ser ali também o museu do queijo. Enquanto eu apreciava a vitrine, uma moça saiu da loja e começou a falar comigo em inglês. Quando eu disse que era do Brasil, a conversa tomou outro rumo. Imagine só! Ela também era brasileira e já estava em Amsterdam há pouco mais de três anos, acompanhando o marido.
Ela me mostrou vários tipos de queijo, apresentando os mais tradicionais da Holanda como o Gouda e um muito saboroso chamado ‘The Special One’ até os mais exóticos como os queijos coloridos (provei o verde, o azul e até um rosa) e um queijo com gosto de cerveja. Como boa mineira e apreciadora de bons queijos, o mais legal, além de conhecer tantos sabores diferentes, foi poder provar tudo.
Logo mais à frente, estava um dos lugares mais famosos e mais disputados pelas visitas: a casa de Anne Frank. Não entrei, porque eu só tinha um dia em Amsterdam e muitas coisas a minha espera. A própria cidade em si, mesmo que conhecendo apenas por fora, já era uma atrativo turístico à parte, com toda sua arquitetura e belos canais. Um charme!
Como já era de se esperar, na frente da casa de Anne Frank uma longa fila começava a se formar, mesmo com o frio do lado de fora. Tirei mais algumas fotos na volta e segui meu caminho até a praça Dam Square, onde fica o Memorial Nacional aos Mortos, em homenagem às vítimas da Segunda Guerra Mundial. Super movimentada, cheia de pombos pra lá e pra cá e com uma imponente árvore de Natal. Dei uma volta por ali, comprei alguns souvenirs e entrei em uma das vielas ao redor para visitar um “jardim secreto”. Pelo menos, foi essa a sensação ao passar por um pequeno portão e me deparar com o Begijinhof.

O local, formado por uma igreja, jardins e casinhas típicas holandesas, parecia um conto de fadas da vida real. No lugar do verde e das flores, tudo estava coberto por uma espessa camada de neve. E com poucas pessoas na volta. Estar ali era bem silencioso e revigorante, de certa forma.
Um dos pontos mais visitados da cidade ainda estava prestes a surgir. No caminho, passei pelo Leidseplein, rodeada por restaurantes e bares, e pela entrada do parque mais popular de Amsterdam, o Vondelpark. Apesar da paisagem coberta pela neve, sem o verde e as flores característicos, nem as tolhas de picnic estendidas pela grama em dias ensolarados, algumas pessoas caminhavam pelo parque, em grupos.
Sozinha, segui em direção ao Rijksmuseum. Uma arquitetura fantástica! Por fora, parece um castelo e, ao atravessar para ver o outro lado, você se depara com o famoso letreiro I Amsterdam, onde sempre tem alguém tirando uma foto. Difícil resistir! Dizem que se você passar bem cedo por lá consegue uma foto sem pessoas no fundo. Só você e o I Amsterdam! Como eu quis aproveitar o trajeto do meu hotel para ganhar tempo, criei um roteiro a partir dele até chegar lá. A visita vale de qualquer forma. O que importa é vivenciar a experiência, não acham? Sempre tem uma próxima vez, né?
Mais à frente, você encontra o Museumpleim, que é o complexo que concentra vários importantes museus de Amsterdam, como o de Van Gogh, o Moco … No inverno, também tem uma pista para patinação no gelo. Este lugar foi o fim da linha da minha primeira passagem pela cidade. Em um dia e meio dá para conhecer muitas coisas, mas é preciso deixar outras de fora. Como o tempo era curto e os dias também, acabei deixando as visitas aos museus para outra oportunidade. Minha maior companhia foi a paisagem branquinha e fria e todo o charme de Amsterdam ao ar livre, vista pelas lentes da minha câmera. Até a próxima, Holanda!
Quero voltar na primavera para visitar o Parque Keukenhof, repleto de tulipas, e os moinhos, além de bate e volta para cidades próximas e tipicamente holandesas.