Viajar pela Europa ou por qualquer outro lugar do mundo é o sonho de muitos, vai dizer, inclusive o meu, claro. Colocar os pés na estrada ou nos trilhos, embarcar pelos ares ou pelos mares, seja como for, viajar exige um certo planejamento e muito tempo disponível. Escolher que lugares visitar, montar o roteiro, reservar hospedagem, comprar passagens. É muito tempo mesmo, mas como é bom pesquisar e especular sobre como vai ser quando a hora chegar. Isso foi um pouco da minha rotina nos últimos meses quando comecei a organizar uma das viagens dos meus sonhos: conhecer a Europa pela primeira vez, passando pela Itália. Ah! A Itália! ❤

Para dizer bem a verdade, foi um mês intenso, muito intenso, pós-TCC de um MBA de quase dois anos e ainda uma rotina diária de trabalho que me deixava com poucas horas livres durante a noite e os finais de semana para planejar como seria minha primeira viagem pelo velho continente. Muitas coisas para pensar em tão pouco tempo, mas como foi cansativo e como foi gostoso, um mix de sentimentos, tudo ao mesmo tempo. O primeiro passo foi comprar as passagens e marcar as férias, aí começou a maratona real.
Meu primeiro desafio foi escolher que tipo de viagem eu gostaria de fazer. Mochilão só com uma mochila nas costas ou com malas? Uma viagem mais contida, sem gastar muito, ou uma viagem mais luxuosa, sem medir gastos? Viajar de trem, ônibus ou avião? Escolhi um meio termo, pensando no custo-benefício (preço, localização e qualidade) e priorizando, antes de tudo, conforto. Como eu viajaria sozinha e não teria muito tempo em cada cidade (2 dias no máximo), decidi não ficar em hostels, nem AirBnB. Então foquei a procura por hotéis bem localizados, perto de tudo, para depender o mínimo possível de transporte público, táxis ou Uber, e o máximo possível das minhas próprias pernas. Escolhi também viajar de trem pela Europa, um jeito charmoso de conhecer o velho continente pela primeira vez, não acham?
Com isso em mente, comecei a pensar nos lugares. A vontade, confesso, era conhecer tudo. Quem nunca, né? O tempo de viagem, no entanto, era de 23 dias, sem contar o deslocamento do Brasil até lá, em pleno inverno europeu. Para o mochilão, eu reservei 13 dias e passei os 10 dias restantes na Alemanha, em Mannheim, na casa dos meus sogros. Depois de me convencer de que tudo exigiria muito mais tempo do que eu teria, comecei a montar o roteiro a partir da Alemanha e com apenas um destino certo: Itália. Como era a primeira vez, optei por lugares mais mainstream, a maioria pelo menos, levando em conta a posição geográfica em relação à Alemanha e à Itália. Então ficou assim: Amsterdam (Holanda); Bruxelles (Bélgica); Paris (França); Roma, Firenze com bate e volta em Pisa, Venezia, Milano (Itália) e Zermatt (Suíça).
Muita gente deve achar que meu roteiro foi corrido, com muitas cidades, para tão pouco tempo. Pode até ter sido, mas não voltei com a sensação de frustração por ter deixado de fazer alguma coisa devido ao tempo que tive. Fui consciente de que não conseguiria ver tudo, até porque no inverno os dias são mais curtos. Isso afeta os planos também, claro, mas eu aproveitei ao máximo enquanto estive por lá. Afinal, primeira vez na Europa, o resto é detalhe.
Para ganhar tempo e economizar, já que optei por hotéis bem localizados, ou seja, todos próximos de pontos turísticos, fiz todas as reservas antecipadamente, ainda no Brasil, inclusive de trens, quando não eram regionais. Isso fecha um pouco o roteiro, mas rende uma boa economia que pode ser aproveitada em souvenirs (trouxe vários ^^), alimentação e passeios extras.

Gosto de poder passar mais tempo nos lugares, conhecer a fundo e sentir a cidade, mas faz parte do meu perfil de viajante visitar vários lugares em um curto espaço de tempo. Cada um tem o seu, certo? Cada um tem sua forma de aproveitar, seu jeito de planejar e, no fim, não tem certo ou errado. Minha primeira trip, nos Estados Unidos, depois de morar por lá durante 8 meses, foi assim. Uma viagem por toda a costa leste – de NYC até Miami – durante duas semanas, mas essa história fica para um próximo post, quem sabe. Uma coisa é certa, não aproveitei menos, nem mais do que quem passa mais tempo em um único lugar. Aproveitei cada minuto da minha primeira viagem pela Europa e voltei realizada, com a sensação de missão cumprida, além de uma experiência inesquecível na bagagem que vai me acompanhar pelo resto da vida. Ainda tenho muito chão pela frente e um mundo inteiro para conhecer, começando pela Califórnia nas próximas férias (essa é a programação, por enquanto) e depois pelo Japão (essa vai ser a viagem da minha vida).
Nos próximos posts, vou contar mais detalhadamente como foi a visita em cada país, inclusive uma rede de produtos naturais que conheci na Alemanha, com uma variedade de opções veganas super acessíveis, além de dicas sobre o que levar nas malas (meu aprendizado pessoal), como é o inverno europeu (dá para visitar tudo?) e como é viajar sozinha por lá, as viagens de trem (e suas belas paisagens), reviews de onde me hospedei (o que gostei e recomendo) e dicas sobre as atrações turísticas que conheci.